O Jundiaiense realizou uma análise detalhada do cardápio escolar de Jundiaí para maio de 2025, disponível no site da Prefeitura. O objetivo: entender se as crianças estão, de fato, comendo bem nas escolas municipais.
Por dentro do cardápio escolar: o que chega às mesas?
Quando falamos de merenda escolar, estamos falando de algo que vai muito além do prato: trata-se de saúde, aprendizado e, em muitos casos, do único momento do dia em que crianças têm acesso a uma refeição completa. Por isso, O Jundiaiense decidiu mergulhar no calendário alimentar oficial de maio — disponível publicamente — e entender o que, de fato, está chegando às mesas das escolas.
O cardápio mostra um cenário robusto. Arroz e feijão estão presentes em 95% dos almoços e jantares — um verdadeiro clássico brasileiro que entrega energia e proteínas vegetais. No meio do prato, entram as proteínas animais e vegetais: carne, frango, ovos, pernil e proteína de soja (PTS), garantindo variedade e equilíbrio. As frutas frescas — maçã, banana, pêra, kiwi, manga, mamão — aparecem em cerca de 85% das refeições, seja como lanche ou sobremesa. E os legumes e vegetais, como beterraba, cenoura, abobrinha, brócolis e grão-de-bico, reforçam saladas e acompanhamentos. Nos cafés da manhã e lanches, entram os pães integrais e grãos, que ajudam a compor refeições energéticas e acessíveis.
Claro, também estão lá os bolos simples, biscoitos e refrescos em pó, especialmente no café da manhã e na hora do lanche. Esses itens, muitas vezes vistos com ressalvas, cumprem um papel importante: garantem que a refeição tenha aceitação entre as crianças, criando um cardápio que precisa funcionar não só no papel, mas na vida real. Afinal, de nada adianta o prato perfeito se ele volta cheio para a cozinha.
Por que algumas escolas avançam enquanto outras ficam no básico?
Quando olhamos para a rede como um todo, vemos uma divisão interessante. Algumas escolas, como Angela Rinaldi Bagne EMEB e Amélia Lima Lopes EMEB, apostam em cardápios mais criativos, com pratos como risotos, escondidinho, polenta, cuscuz paulista, quinoa e amaranto — reflexo não só do planejamento nutricional, mas também de boas condições na cozinha e equipes engajadas. Já outras escolas, como Anezio de Oliveira EMEB dos Sonhos e Abigahil Alves Feu Borim EMEB, apresentam um cardápio mais tradicional, centrado no arroz, feijão, carne, ovos e vegetais básicos. O interessante aqui é que não há “vencedores” ou “perdedores”: há oportunidades. As boas ideias de uma unidade podem — e devem — inspirar as demais.
O balanço nutricional: o jogo entre saúde e sabor
Ao colocar todos esses números na balança, chegamos a um panorama interessante: cerca de 70% do cardápio mensal é formado por alimentos considerados saudáveis — arroz, feijão, frutas, legumes, proteínas variadas e grãos integrais. Já os chamados “menos saudáveis”, como bolos, biscoitos e refrescos, aparecem em torno de 30% do mês. É como dizer que, num campo de futebol, sete jogadores estão jogando a favor da saúde, enquanto três precisam ser bem escalados para não desequilibrar o jogo.
O saldo, portanto, é positivo. A rede municipal de Jundiaí caminha na direção certa, oferecendo uma base alimentar sólida e balanceada. O desafio, como em qualquer política pública, é não se acomodar: manter o equilíbrio, fortalecer os lanches e garantir que a criatividade na cozinha alcance cada vez mais escolas. Em um país onde a merenda escolar muitas vezes significa mais do que apenas comida, isso faz toda a diferença.
Por fim, vale lembrar: todos os pais, responsáveis e cidadãos podem acompanhar o cardápio atualizado no portal oficial (clique aqui) e no aplicativo da Prefeitura. Esse é um convite para que a sociedade participe, acompanhe e ajude a transformar uma merenda já boa em uma referência nacional.
Veja vídeo do prefeito Gustavo Martinelli visitando as escolas, e conferindo as merendas na prática: