Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba, é alvo da Polícia Federal em uma operação que investiga fraudes na saúde. Ação ocorreu nesta quinta-feira (10) em 14 cidades, incluindo a residência do prefeito.
PF mira prefeito em operação contra fraudes na saúde
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (10) a operação “Copia e Cola”, com foco em suposto esquema de desvio de verbas públicas no setor da saúde em Sorocaba, interior de São Paulo. Um dos principais alvos é o prefeito da cidade, Rodrigo Manga (Republicanos), reeleito em 2024 com expressivos 73,75% dos votos válidos.
Entre os locais de busca, estão a sede da Prefeitura de Sorocaba, a Secretaria da Saúde, o diretório municipal do Republicanos, além da residência do prefeito e do ex-secretário de Saúde Vinícius Rodrigues.
Esquema envolve OS e lavagem de dinheiro
As investigações, iniciadas em 2022, apontam para fraudes na contratação de uma Organização Social (OS) responsável pela gestão de serviços de saúde. Segundo a Polícia Federal, os contratos suspeitos serviram de base para um esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro.
Foram expedidos 28 mandados de busca e apreensão pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, abrangendo 14 cidades paulistas e também Vitória da Conquista (BA). Durante as ações, foram apreendidos R$ 600 em espécie, espalhados por cofres e caixas de papelão, além de uma Porsche avaliada em R$ 700 mil.
Fonte: Divulgação/Polícia Federal
Reação política: Manga culpa Lula e intensifica pré-campanha
Logo após a operação, Rodrigo Manga divulgou um vídeo nas redes sociais, no qual acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de orquestrar a ação da PF com o objetivo de prejudicar sua possível candidatura à Presidência da República.
“Mandaram a Polícia Federal aqui em casa por causa da denúncia [que veio] da denúncia [de outra] denúncia. E acharam algumas coisas aqui em casa: bolo de cenoura, Nutella, e o Pokémon que meu filho tanto ama”, afirmou. Em tom desafiador, concluiu: “Eu não tenho medo de você, presidente Lula, e de nenhuma autoridade que está incomodada com a nossa ascensão.”
Impactos e próximos passos da investigação
Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e frustração de licitação. Caso as suspeitas se confirmem, a operação pode comprometer a continuidade política de Manga e reacender debates sobre a fiscalização de contratos com Organizações Sociais.
Além disso, o episódio reforça a atenção do eleitorado sobre o uso de recursos da saúde pública, especialmente em um cenário pós-pandêmico de alta sensibilidade social.